Wednesday, February 09, 2011

SUCI

O primeiro post do ano será uma homenagem a minha tia-avó, a famosa Suci.
Suci era irmã da minha vozinha Jalda e, apesar da idade, era a tia mais maluquinha que tínhamos. Sempre nos fazia rir contando histórias que misturavam patetice com total falta de noção. Ou seja, minha tia sempre teve o espírito livre de todos os esteriótipos possíveis.



Ela sempre quis ser freira por causa da sua fé e crença fervorosa no catolicismo. Mas isso não quer dizer em hipótese alguma que ela era beata, que tentava te converter, que não bebia um vinhozinho, que não assistia "novelas pecaminosas", etc, etc.. Não se casou, nem teve filhos, mas não virou freira. Seu amor por sua família era muito grande e acho que ela decidiu que não fazer os votos de clausura física.

Quando éramos pequeninas e ficávamos na casa de vó para meus pais poderem trabalhar ou sair, ela nos levava para assistir a missa. Seria chato para qualquer criança, mas como ela sempre interrompia ou corrigia o padre quando achava que estava fazendo algo errado, não tinha como não rir ou pelo menos sentir vergonha :o)

"_ Oremos!!"

"- Todos de pé! "

E por aí vai...

Lembro de achar maneríssimo ir com ela fazer tapetes de de feijões, arroz e outras coisitas mais nos feriados de Corpus Christi. Que criança não gosta de se sujar de tinta e exercitar a criatividade?

Lembro dela viajando conosco para os EUA, para aqueles parques de Orlando, com um bando de adolescentes insuportáveis, andando com um calor de 40oC em chão de cimento e nem aí. Sempre rindo! Lá em 95 com 70 anos!!!

Como minha irmã bem disse, ela não falava nem uma palavra de inglês, mas sozinha conseguiu ir numa daquelas lojinhas de foto de época para garantir a sua.

Lembro das suas histórias...

"_Jalda, vou fazer um vestido para você!"


Depois de confeccionado, minha vó tenta pôr o vestido e descobre que o vestido não tem buraco para passar a cabeça.
"_Jalci! Vc é uma tapada!!!"
Minha tia, zero ofendida, começa a rir descontroladamente. Minha vó fica brava. Ela não encontrava o motivo da graça, até que finalmente descobre. Para minha tia adolescente, tapada era a pessoa que não tinha o fiofó!!!!!!
Nem preciso dizer que minha vó desistiu de se irritar com a criatura. :o)

Hoje, 09/02/2011 ela nos deixou aos 86 anos de idade. Moradora de Niterói, ia todos os dias de barca para o Rio de Janeiro trabalhar na imobiliária pelo menos até os 80.
Sempre costurava roupinhas para as filhas das mães pobrinhas a quem sua tão adorada igreja ajudava.
Tentou me ensinar croché.
Me deixava namorar escondido do meu pai.
Sempre me trazia perfumes diferentes no Natal, uma das datas de que mais gostava.

Termino este post com uma foto da nossa familia, nossa pequena mas unida família no ultimo Natal que passamos todos juntos.



Em 20011 ela estará conosco, só que em espírito.
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