Wednesday, May 19, 2010

REFLEXÕES CORPORATIVAS ou PESSOAIS?

Por que é que você levanta todos os dias? Qual o motivo? A maioria vai responder que é porque precisa trabalhar. Mas não foi isso que eu perguntei. Eu quero saber o REAL motivo. O que você quer da vida? O que você está fazendo hoje é para alcançar este objetivo? Se não é, será que você realmente quer essa coisa, ou então será que não é hora de mudar de atitude e arregaçar as mangas?

Acho que está na minha crontab porque periodicamente passo por processos reflexivos cujo tema central é este mesmo questionamento: Por que levanto todos os dias?

Levanto todos os dias porque quero ser uma pessoa melhor. Levanto todos os dias e trabalho porque acredito que o meu trabalho refletirá o que sou. Ganhar dinheiro é importante e necessário e desejável? Sem dúvida. Mas ninguém trabalha só por causa do dinheiro. Pra mim, o meu trabalho é uma extensão de mim. É uma maneira das pessoas que NUNCA vão me conhecer pessoalmente me conhecerem. É a forma como você gostaria de ser lembrado.

Sempre desejei mais do que ser um Charles Chaplin em Tempos Modernos e nunca fui muito fã de viver como aposentada aos 20 e poucos anos de idade em um emprego sem dinâmica, sem espaço para mudanças, para novas idéias, para guerrear.



Sempre desejei trabalhar em uma equipe de pessoas avidas por dar o melhor de si, numa imensa competição saudável que lubrificaria os neurônios e nos ajudaria a manter o cérebro em forma e, por tabela, a paz de espírito. Um ambiente de ajuda e compartilhamento de informações valorizando e respeitando as características individuais das pessoas como verdadeiras jóias.

Se os funcionários de uma empresa são a sua engrenagem por que fazer questão de mostrá-los todos os dias o quanto eles são descartáveis? O quanto ele ou ela é só mais um "recurso humano". Quem foi que inventou essa expressão? Você é um recurso humano? Eu sou a Rafaela.

Se todo mundo é igual e descartável, por que a hipocrisia de uma central de RH para cuidar dos direitos de funcionários, inventar faixas salariais distintas e critérios de promoção subjetivos? Se isso te angustia, te aborrece ou te agride, o que você faz a respeito?

Aquele mantra "não tem jeito, você tem que aceitar, nada vai mudar mesmo" não é logicamente convicente para mim. O que é que não tem jeito? O interlocutor? A empresa? Baseado em quê? O que você tentou fazer? O que eu tenho que aceitar? Uma instituição dizer que sou menos do que sou, que os funcionários não tem força mesmo ou é que realmente impossível achar pessoas dispostas a se sentirem felizes no seu ambiente de trabalho? E o que não vai mudar? O interlocutor, a empresa ou esse mantra?

Também é fácil vomitar outro jargão: "Os incomodados que se mudem". Quando se está chateado, desiludido, atropelado , essa é a primeira coisa que você pensa em fazer. Quando você faz você pode até se sentir bem pelo alívio da tensão, porém, se você gosta mesmo do escopo do seu trabalho, você fica tão triste quanto em um casamento que deu errado. Quando a gente trabalha sério a gente investe tempo, dinheiro, sacrifica família e amigos por algo em que se acredita.

Descobrir que a sua segunda casa por definição, porém a primeira em horas passadas/dia é um castelo de areia que o vento levou é muito triste. Você está descoberto e tem que respirar fundo para começar tudo de novo....

Resignação é uma palavra muito difícil de ser praticada por mim a não ser em casos de morte. Posso estar absurdamente errada, posso estar sendo ingenua, posso até estar discursando em uma caixinha de fósforo, mas eu acreidto firmemente que a gente é oq ue a gente pratica. Que a gente é responsável por nosso livro de memórias e por consequencia, a gente faz a nossa história.

Não deixem ninguém te diminuir, te acuar, te ameaçar, te machucar. É só o que se encontra, em geral, quando se pretende ser leal aos seus princípios.


Rafa
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2 comments:

  1. As pessoas levantam porque se ninguém levantar a humanidade acaba. Pense nessa última viagem que você fez. Já imaginou se o piloto do avião não levantasse? Seria como uma música do Raul Seixas (http://letras.terra.com.br/raul-seixas/48325/). Cada ser humano é responsável por uma pequena parcela no desenvolvimento da humanidade.

    Você tem a opção de não fazer nada e não viver assim como de fazer tudo e não ter mais tempo de viver, diferença sutil que precisa ser dosada. Quem não faz nada acaba entediado e quem faz tudo fica estressado.

    É preciso aprender que nós trabalhamos para nós mesmos e nunca para os outros, a vida é constituída de experiências e cabe a nós escolhermos quais serão as que queremos vivenciar no pouco tempo que nos foi dado. Acho que concordamos nisso...

    Meu conselho é abstrair. O mundo não é justo. A idéia de muda-lo é utópica em face à natureza humana. A história da civilização é a maior prova disso. Como alterar tradições, dogmas, leis, sentimentos ou ambições? A sociedade é pura ambição camuflada por amor e ódio! Estamos sempre em busca de alguma coisa que nos traga mais felicidade: um carro melhor, um amor maior, um filho mais bonito... A vida não é feita só de felicidade, sem tristeza não há felicidade.

    O equilibrio é a chave da natureza. Um ser humano em completo equilibro atinge toda paz que se pode almejar (olha a ambição aqui de novo). Equilibrio não se compra ou se dá, se conquista. O mundo só seria justo se houvesse equilibrio na sociedade. O problema é que humanos não são programaveis como computadores, humanos não tem crontabs :-)

    Atividades mudam, você pode mudar e fazer outra coisa mas em pouco tempo virá novamente a mesma sensação de vazio, de que poderia estar fazendo mais. Quem não aprende a navegar no sistema afunda em depressão...

    O que você escreveu como resignação eu escreveria como aceitar a rotina. Para alguns a rotina é ótimo, já para outros, bem, esses se tornam visionários... :-)

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  2. Desculpe-me o trocadilho - mas acho que o tema seria, muito mais, "por que se dar ao trabalho"?

    Afinal, grande confusão se faz entre meios e fins - é o que parece. Os fins - novamente o trocadilho - nos definem? E os meios, até devido a esta confusão, nos perdem?

    A palavra escrita é um meio - mas para qual fim? Visa o texto sempre a um fim? Visa aquilo que se chama de 'emprego' qual fim?

    Eu diria o seguinte: se trabalho para sobreviver, este permanece um meio. Se escrevo sobre meu emprego, este é um meio para um fim - que, de alguma maneira, eu teria à vista. Nem que seja além do horizonte, para onde adiante não posso ver.

    Talvez o que incomode seja que o 'fim' do trabalho acaba sendo, no objetivo comum das empresas, 'lucro'. Que talvez seja um fim, mas não se sabe para quem, o que é curioso. Ou talvez seja um meio - acho que ninguém sabe, não dá para saber.

    Acho que, afinal, não se vive pelo meio, mas pelos fins. Que, como gosto de sorrir, e de comungar com quem sorri, à toa, graciosamente, ao meu lado, permanecem sendo amor, amizade, humor. Quem sabe, eventualmente, alguma sabedoria. Se, como acredito, a felicidade seria ser sempre um meio para o seu fim. Já é alguma sabedoria. De tal maneira que, talvez, não mais se questione meios e fins, antes eles passam a ser uma mesma coisa, quando se fica claro o que se quer.

    Confuso, decerto. Coisa do meio. Cujo fim é a simpatia. Até não mais distinguir.

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